Páginas

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Cora Carolina

sábado, 5 de novembro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO DIREITO A DIVERSIDADE E DO ENFRENTAMENTO AO PRECONCEITO


Triste época! É mais fácil
desintegrar um átomo do
que um preconceito.
(Albert Einstein)

O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente. A ideia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. Reconhecer o direito a diversidade no Brasil é reconhecer também uma diversidade em condição de desigualdades que a população vivencia. Por isso, como assegura Souza Santos (2006) é preciso expandir o domínio das experiências sociais já disponíveis, o que ele designa de sociologia das ausências e expandir o domínio das experiências sociais possíveis, a sociologia das emergências. Para Boaventura “as duas sociologias estão estreitamente associadas, visto que quanto mais experiências existirem hoje disponíveis no mundo mais experiências são possíveis no futuro” (Souza Santos, 20003, p.27). Dentre outros exemplos da prática dessas sociologias, a experiência da democracia que se dá nos diálogos e conflitos possíveis entre o modelo hegemônico de democracia e o modelo de democracia participativa expressa à importância dessas sociologias para a desmistificação da falsa democracia presente em nossa sociedade. Max percebia que o desenvolvimento histórico do gênero humano tem sido um processo contraditório e conflituoso, movido pela luta de classes e pela contradição entre o desenvolvimento das forças produtivas e as relações sociais de produção. Uma das maneiras como pode ser entendido o conceito de liberdade de Marx é justamente a de que o gênero humano constrói sua liberdade à medida que os processos sócias sejam fruto de decisões coletivas e conscientes, distinguindo-se dos processos naturais espontâneos e indo além de os processos sociais alienados nos quais aquilo que é social, é, portanto criado pelos próprios seres humanos, domina estes como se fossem forças naturais incontroláveis. “Embora esse assunto seja pouco comentado no ambiente escolar, os preconceitos podem ser divididos em dois segmentos: um segmento é maléfico à sociedade e o outro benéfico. O segmento maléfico é constituído de preconceitos que resultam em injustiças e são baseados unicamente nas aparências e na empatia. Já o segmento benéfico é constituído de preconceitos que estabelecem a prudência e são baseados em estatísticas reais, nos ensinamentos de Deus ou no instinto humano de auto-proteção. Em geral, os preconceitos benéficos são contra doenças contagiosas, imoralidades, comportamentos degradantes, pessoas violentas, drogados, traficantes, bêbados, más companhias, etc”. Na verdade, é muito difícil definir o limite exato entre preconceito maléfico e preconceito benéfico. Por isso, a liberdade de interpretação pessoal deve ser sempre respeitada. Se a sociedade brasileira deseja combater o preconceito injusto e a discriminação indevida, a solução não é impor igualdade mascarada e fictícia por intermédio de leis. A solução é admitir e esclarecer as diferenças, as aparências e as realidades para que o sistema de defesa humano as compreenda e não rejeite o que for normal e saudável. Tentar impor qualquer tipo de igualdade, por força de lei, é semear a falsidade, a hipocrisia, o desrespeito e, por consequência, a violência. A democracia racial no Brasil é um mito que precisa ser superado, e os educadores precisam, além de ter consciência, ter atitudes e ações na escola. Somos um país de uma grande miscigenação de religiões e de culturas. A liberdade de expressar o pensamento e a opinião, sobre qualquer tema, é o maior bem que uma sociedade democrática pode cultivar e garantir a todos os seus cidadãos. ‘’O direito constitucional de livre expressão deve nortear toda e qualquer polêmica a respeito de pontos de vista e opiniões, para que as verdades e as mentiras do dia a dia venham à tona e se tornem do conhecimento de todos, aperfeiçoando, assim, as práticas democráticas desta sociedade e a plena cidadania. ‘’ Evoluímos muito, mais ainda a muito a ser feito.
Referência:

SANTOS. Boaventura de Souza. A sociologia das ausências n. 84. nov./dez. 2008. p. 5-12.

Os: Visite também meus textos em :

www.folhadosertao.com.br

Francimara Karla